28.8.09

Como tudo começou

Era manhã de segunda, o sol já estava pairando sobre a capital, o fim do feriado fez com que tudo voltasse a seu fluxo rotineiro, rotina na qual Anita era obrigada a fazer.

Anita é uma moça recém casada de 22 anos,que trabalha durante a tarde como secretária na faculdade de engenharia da UFMG, seu marido trabalha durante a manhã deixando-a sozinha em casa, mas Anita não sabe cozinhar, o que faz com que ela tenha que almoçar próximo ao seu local de trabalho. Região na qual possui como lugares de almoço apenas alguns pequenos bares e um restaurante popular bem ao longe.

E é voltando de um desses restaurantes que ela encontra na entrada do seu local de trabalho, Wagner. Wagner é o pacato vigia do prédio onde funciona a faculdade de engenharia da UFMG, ele é um homem calmo, que sempre cumpre seu duplo expediente a risca, beirando a faixa dos 35 anos sempre cumpre sua função com um sorriso na cara, qual seria o motivo de tamanha felicidade?

-Wagner! Boa tarde! - disse Anita, enquanto acenava com a mão para o vigia, como sempre costuma fazer ao chegar ao local de serviço.

-Bom dia Anita, como vai? – respondeu o vigia.

-Estou ótima e você?

-bem graças a deus, firme e forte – respondeu o vigia dando uma pequena gargalhada.

-A que bom,não ou! – disse Anita mudando o tom de voz – você não tem noção do que me aconteceu agora apouco... eu estava almoçando naquele restaurante ali na frente e o lugar estava lotado, já não tinha mais lugar para sentar, daí me chega uma senhora com 6 meninos no pequenos, daí eles sentaram em umas cadeiras, só tinha uma mesa, 2 estavam comendo com o prato nas mãos, um absurdo, mas isso não foi o pior, um desses meninos começou a puxar a minha blusa com aquela mão toda suja de comida, olha isso, um absurdo um lugar daquele jeito.

-Pois é Anita – disse Wagner agora com uma expressão mais pensativa- além da gente não ter um lugar um lugar agradável com um ambiente bom assim, pra comer, a comida também é horrível!

-Sim!! – respondeu Anita instantaneamente- horrível, até eu que não sei cozinhar devo fazer algo melhor, nossa, sinto até falta da comida da mamãe... hahaha.

-pois é, bem que poderia ter um lugar bacana com uma comida bacana por aqui, ou pelo menos uma cozinha aqui no prédio pra gente poder fazer nossa própria comida, acho que ia ser bacana.

-pra mim nem adianta – respondeu Anita – eu não sei cozinhar...

-Não sabe cozinhar? – disse Wagner com uma expressão surpresa – nossa, se quiser eu te ensino.

-Sérioo? – disse Anita realmente muito empolgada – ah Wagner, depois a gente termina essa conversa, deixa eu ir que to meio atrasadinha.

-Tudo bem, até mais.

-atééé! –despediu-se Anita, enquanto apressava o passo para não se atrasar.

Anita subiu então para o seu local de trabalho, no quarto andar, no qual ficou lendo uma revista sobre casa e jardim até aparecer Teresa, uma amiga que sempre perdia alguns minutos conversando com ela, nesse dia Teresa chegou com um ar de empolgação fora do comum.

- Anita! – chamou Teresa, mesmo antes de ter se aproximado.

-Hã? – virou-se Anita, para ver quem havia chamado por seu nome.

-Eu tava falando com o Wagner ali embaixo, ele me contou das idéias que vocês estavam tendo!!

-idéias? – questionou Anita, ainda sem entender do que se tratava.

- simmm, sobre um lugar com um bom ambiente e uma boa comida aqui na região. – disse Teresa com um ar de empolgação.

-ahh, a gente tava comentando só... é que falta mesmo né?

Teresa era uma mulher na faixa dos 30 anos, trabalha no setor de recursos humanos, no mesmo andar que Anita, formada em Ciências Sociais e com um enorme espírito de coletivismo sempre está propondo algo para a interação entre as pessoas de um mesmo espaço.

-pois é, mas aqui, o que você acha da gente investir nessa idéia de vocês?

-investir? Como assim? – Anita não estava entendo o que ela queria dizer.

-é que assim, sabe aquele galpão que tem aqui na frente?

-galpão? Aquele que ta com o telhado caindo? – questionou Anita.

-sim, esse mesmo, pois então, eu já estava pensando em umas idéias pra ocupar ele, mas não tava conseguindo pensar em algo legal.

- onde você quer chegar?

-pois é, a gente podia pegar essa idéia de vocês, investir um pouco mais nela e depois propor pra ver se aprovam o nosso projeto!! – Teresa já havia investido em outros projetos e sabia do que estava falando.

- uai... acho que ia ser legal... – disse Anita, sem ainda saber se Teresa estava falando sério.

-fechou então!! Depois a gente conversa mais sobre isso - vira-se e sai toda empolgada com a idéia.

- ta.... – respondeu Anita, ainda sem entender se Teresa estava realmente falando sério.

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