30.8.09

Nasrin Battaglia

Olá,
Meu nome é Nasrin Battaglia. Tenho 36 anos e nasci no Brasil em Belo Horizonte. Minha família é originalmente de Tehrãn capital do Irã. Meus pais vieram para o Brasil em 1974 devido ao emprego de meu pai. Meu pai é um empresário.
Somos uma família tradicional iraniana que segue costumes iranianos. Minha mão me ensinou a arte da tapeçaria e o Khatam. Além disso, também sei cozinhar, meus pratos favoritos são, o Sabzi Polo Bo Mohi: peixe na chapa com arroz de ervas aromáticas, torta de verduras e vinaigrette; o Tahtin Bo Morgh: cupos de peito de frango acompanhados por arroz Tahtin e o Borani; e o Fessenjouhn: carne com molho de romã e nozes com arroz branco, açafrão e Borani.
Estou em uma fase em minha vida que preciso começar a tomar o meu próprio caminho. Um dia desses estava passeando no centro, na Av. Amazonas próximo a Rua Tupinambas, quando me deparei com um lugar que me fascinou. Um lugar que parecia estar vazio, mas eu não tinha certeza se estava. Então rapidamente pedi o dono da venda que fica embaixo do edifício para poder vé-lo. Passei por um pequeno corredor e quando subi as escadas não acreditei o que estava vendo. Um lugar com uma estrutura maravilhosa tão deteriorado, tão abandonado, tão vazio. Naquele momento uma força dentro de mim me disse que aquele era o momento de iniciar a minha própria vida. Então corri para a casa e coloquei no papel meus planos para o local. Pensei em trabalhar com o que tinha conhecimento que é a minha cultura e meus costumes. Imaginei então um restaurante onde eu possa mostrar aos belohorizontinos a cultura iraniana, mas não queria apenas um restaurante, queria mais. O lugar seria também um espaço onde eu possa ensinar a arte da tapeçaria Persa, do Khatam e da culinária. O primeiro andar já está ocupado por comércios então não pretendo ultiliza-lo, o segundo andar seria o restaurante, a cozinha e o meu escritório e no terceiro andar ficaria o meu quarto. De manhã juntamente com minha mãe daria aulas de tapeçaria e Khatam, a tarde serviriamos o almoço e mais atardinha dariamos aulas de culinária iraniana.
Como não entendo de negócios pedi ajuda ao meu pai. No primeiro momento ele hesitou, pois é um homem tradicional iraniano. No entanto, ele compreendeu a minha postura e percebeu que não é possível seguir rigorosamente nossos costumes no Brasil. Além disso, devido ao fato de eu ter nascido e ter sido criada no Brasil sou também um pouco brasileira. Meu pai acabou então me ensinando sobre os negócios e investindo no meu projeto de um pequeno centro cultural iraniano.


Croqui: Mayron Vitor - Nasrin Battaglia

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