Tudo começou em 1945 quando João Gaspar Santos resolveu sair do interior de Minas Gerais para morar na capital. Gaspar saiu de uma cidadezinha do interior próxima a Ouro Preto e veio para Belo Horizonte à procura de melhores condições de vida. João era um homem sozinho na vida, não tinha irmãos, tios e pais. Já não havia nada que o prendesse naquela cidade, então por que não arriscar?
Numa segunda feira de manhã ele desceu na rodoviária da capital mineira e a primeira coisa que fez foi comprar um jornal e uma mapa para se localizar dentro da cidade.
João Gaspar era jovem, tinha 30 anos, mas sua cabeça era de um de um homem muito maduro. Ele era responsável, direito, trabalhador, de pouca conversa, não tinha muitos amigos e nunca teve sequer uma namorada. Gostava muito de ler e escrever. Não teve oportunidade de estudar, mas aprendeu a ler quando era criança e desde então começou a colecionar livros de vários gêneros. Estava costumado a trabalhar no campo, com hortas e jardins.
Andando pela cidade, observando cada esquina, cada casa, as pessoas e os carros ele começou a perceber que sua vida estava prestes a mudar completamente e que não tinha como retornar à sua cidade natal. Teria que encontrar um emprego e uma casa para morar. Conhecer pessoas novas, para ele, era um desafio.
Seguindo sua caminhada com sua mala e seu chapéu, encontrou uma rua que lhe chamou a atenção. Parou, olhou, andou mais um pouco e resolveu bater de porta em porta para ver se alguém se interessava por seus serviços.
Já estava entardecendo e ele só havia escutado "não". Estava quase desistindo, sentido-se perdido. Até que viu uma casinha diferente, que lembrava as casinhas da sua cidade. Era sua última tentativa.
Quando chamou no portão logo foi recebido, para sua surpresa, com um enorme sorriso de uma linda mulher. Era Lola. - Lola era uma mulher jovem, de 31 anos, cheia de vida, alegre, inteligente, gostava de cantar, dançar e sempre estava rodeada de muitas pessoas. - A maneira na qual Lola recebeu o "estranho homem" foi diferente. Essa atitude fez com que Gaspar a achasse especial. - Lola o convidou para entrar e conversar a respeito do trabalho. Deu-lhe comida e água, pois ele estava com uma aparência exausta.
Conversaram pouco, pois só Lola falava. Eles se deram bem, pois Gaspar gostava de ouvir as pessoas. Entraram num acordo que ele seria o zelador da casa. Tomara conta dela, dos objetos ali encontrados e do jardim que havia nos fundos. Em troca disso ele teria um quarto para dormir com um banheiro exclusivo, folga aos domingos e um bom salário.
A casa de Lola era bem grande, havia muitos quartos no primeiro andar e no segundo um grande salão. Era nesse salão em que tudo acontecia. Era nele também que Gaspar veria coisas que talvez ele nunca tivesse visto na vida.
Lola o levou ao quarto onde ele dormiria todos os dias e lhe apresentou os demais cômodos. Deixou-o sozinho para que ficasse à vontade, tomasse um banho, arrumasse suas coisas em seus devidos lugares e descansasse para começar a trabalhar bem cedo no dia seguinte.
João Gaspar dormiu muito pouco, pois o som que vinha do segundo andar estava muito alto. Subiu para ver o que estava acontecendo, mas observou de longe para que ninguém o visse. O salão que de dia estava vazio, durante a madrugada estava iluminado com luzes vermelhas e cheio de mulheres em um palco e Lola estava entre elas. Muitos homens, muita dança, muitas risadas e muita bebida.
Gaspar permaneceu de longe observando. Ficou assustado, pois Lola não disse nada sobre dar uma festa. Porém ele começou a entender a situação, João percebeu que estava morando e tomando conta de um cabaré. Pensou muito se seria bom ele morar nesse tipo de lugar e se suportaria aquilo todas as noites, entretanto lembrou também que não foi fácil achar um lugar, além disso, Lola foi muito gentil quando o recebeu e lhe deu o emprego. O salário era bom. Isso já era suficiente para ele.
Continuou observando Lola, ela estava com um longo vestido vermelho e uma rosa presa em seus belos cabelos. Ela dançava entre as outras mulheres e conseguia se destacar pois era a única que possuía uma beleza encantadora, natural, um olhar diferente e um sorriso sedutor.
Gaspar voltou para seus aposentos, ascendeu uma vela e leu seus livros para tentar dormir novamente.
No dia seguinte, João acordou cedo como de costume (às 6 horas) e foi trabalhar. Era um lindo dia ensolarado, sem nenhuma nuvem no céu. Começou pelo jardim. - O jardim de Lola não era grande, parecia que não era cuidado há anos pelo estado em que as flores se encontravam. Havia margaridas, roseiras, dama da noite e hortênsias. Havia também um pé de jaboticaba. Lola adorava jaboticaba. - Gaspar pegou as ferramentas para aparar as plantas e plantou novas sementes. Depois disso ele varreu o quintal e foi a cozinha fazer um café. Estava bem à vontade e gostando do seu novo lar.
Para sua surpresa, ao entrar na cozinha Lola estava coando café. Nunca imaginara que Lola depois de passar a noite acordada estaria tão cedo fora da cama. Lola lhe deu um bom dia cheio de vida e perguntou se ele havia dormido bem. Gaspar respondeu que sim, que deu para descansar. João não quis comentar que custou a dormir com o som que vinha do salão.
Os dois tomaram café juntos, Lola o servia como se fossem grandes amigos. os dois conversaram sobre vários assuntos, sobre a vida, a família, amizade e até mesmo sobre as flores que havia no jardim.
Todo dia era assim., Gaspar e Lola de pé as 6. Gaspar cuidava do quintal, da casa e do jardim, enquanto Lola cozinhava. À tarde os dois se sentavam no jardim, comiam jaboticaba e conversavam. Porém todas as noites havia shows, as músicas, as danças, muitos homens e bebidas. Além de Lola, havia também as outras três moradoras: Madalene, Elizabette e Bernadette. Elas trabalhavam com Lola.
Na medida em que o tempo foi passando, a rotina era a mesma, mas o sentimento de Gaspar em relação à Lola era diferente. O coração dele batia mais forte. Ele começou a sentir algo que desconhecia. Como já havia dito, ele nunca teve uma namorada, nunca gostou de ninguém. Mas agora era diferente, ele estava apaixonado e não sabia o que era o amor. Ele sentia uma paz muito grande. Pela primeira vez na sua vida, Gaspar estava feliz.
Tudo ele fazia para era para agradar Lola, mas o que ela sentia por ele? Será que esse amor era recíproco?
Não, infelizmente. Mal sabia Gaspar que Lola tinha um outro amor. Ela estava apaixonada por um francês. Era Gaulthier, um homem muito rico e bonito. Gaulthier era um frequentador da casa desde sempre e Lola sempre foi cega de amor por ele. Gaulthier sempre tratou Lola como uma mercadoria. Entretanto, Lola o enxergava com outros olhos, achava que o amado era muito ocupado devido ao trabalho, pois sempre estava viajando. Pelo contrário ele sumia, pois ele também frequentava outros cabarés de Belo Horizonte só na rua Guaicurus eram três!
Gaspar foi levando esse amor em segredo, nunca teve coragem de se declarar a não ser por atitudes. Como por exemplo, todos os dias em cima da mesa do café da manhã havia lindas rosas vermelhas como Lola gostava. Gaspar amava em silêncio. O amor que sentia o fez voltar a escrever. Um dia ele escreveu assim:
Numa segunda feira de manhã ele desceu na rodoviária da capital mineira e a primeira coisa que fez foi comprar um jornal e uma mapa para se localizar dentro da cidade.
João Gaspar era jovem, tinha 30 anos, mas sua cabeça era de um de um homem muito maduro. Ele era responsável, direito, trabalhador, de pouca conversa, não tinha muitos amigos e nunca teve sequer uma namorada. Gostava muito de ler e escrever. Não teve oportunidade de estudar, mas aprendeu a ler quando era criança e desde então começou a colecionar livros de vários gêneros. Estava costumado a trabalhar no campo, com hortas e jardins.
Andando pela cidade, observando cada esquina, cada casa, as pessoas e os carros ele começou a perceber que sua vida estava prestes a mudar completamente e que não tinha como retornar à sua cidade natal. Teria que encontrar um emprego e uma casa para morar. Conhecer pessoas novas, para ele, era um desafio.
Seguindo sua caminhada com sua mala e seu chapéu, encontrou uma rua que lhe chamou a atenção. Parou, olhou, andou mais um pouco e resolveu bater de porta em porta para ver se alguém se interessava por seus serviços.
Já estava entardecendo e ele só havia escutado "não". Estava quase desistindo, sentido-se perdido. Até que viu uma casinha diferente, que lembrava as casinhas da sua cidade. Era sua última tentativa.
Quando chamou no portão logo foi recebido, para sua surpresa, com um enorme sorriso de uma linda mulher. Era Lola. - Lola era uma mulher jovem, de 31 anos, cheia de vida, alegre, inteligente, gostava de cantar, dançar e sempre estava rodeada de muitas pessoas. - A maneira na qual Lola recebeu o "estranho homem" foi diferente. Essa atitude fez com que Gaspar a achasse especial. - Lola o convidou para entrar e conversar a respeito do trabalho. Deu-lhe comida e água, pois ele estava com uma aparência exausta.
Conversaram pouco, pois só Lola falava. Eles se deram bem, pois Gaspar gostava de ouvir as pessoas. Entraram num acordo que ele seria o zelador da casa. Tomara conta dela, dos objetos ali encontrados e do jardim que havia nos fundos. Em troca disso ele teria um quarto para dormir com um banheiro exclusivo, folga aos domingos e um bom salário.
A casa de Lola era bem grande, havia muitos quartos no primeiro andar e no segundo um grande salão. Era nesse salão em que tudo acontecia. Era nele também que Gaspar veria coisas que talvez ele nunca tivesse visto na vida.
Lola o levou ao quarto onde ele dormiria todos os dias e lhe apresentou os demais cômodos. Deixou-o sozinho para que ficasse à vontade, tomasse um banho, arrumasse suas coisas em seus devidos lugares e descansasse para começar a trabalhar bem cedo no dia seguinte.
João Gaspar dormiu muito pouco, pois o som que vinha do segundo andar estava muito alto. Subiu para ver o que estava acontecendo, mas observou de longe para que ninguém o visse. O salão que de dia estava vazio, durante a madrugada estava iluminado com luzes vermelhas e cheio de mulheres em um palco e Lola estava entre elas. Muitos homens, muita dança, muitas risadas e muita bebida.
Gaspar permaneceu de longe observando. Ficou assustado, pois Lola não disse nada sobre dar uma festa. Porém ele começou a entender a situação, João percebeu que estava morando e tomando conta de um cabaré. Pensou muito se seria bom ele morar nesse tipo de lugar e se suportaria aquilo todas as noites, entretanto lembrou também que não foi fácil achar um lugar, além disso, Lola foi muito gentil quando o recebeu e lhe deu o emprego. O salário era bom. Isso já era suficiente para ele.
Continuou observando Lola, ela estava com um longo vestido vermelho e uma rosa presa em seus belos cabelos. Ela dançava entre as outras mulheres e conseguia se destacar pois era a única que possuía uma beleza encantadora, natural, um olhar diferente e um sorriso sedutor.
Gaspar voltou para seus aposentos, ascendeu uma vela e leu seus livros para tentar dormir novamente.
No dia seguinte, João acordou cedo como de costume (às 6 horas) e foi trabalhar. Era um lindo dia ensolarado, sem nenhuma nuvem no céu. Começou pelo jardim. - O jardim de Lola não era grande, parecia que não era cuidado há anos pelo estado em que as flores se encontravam. Havia margaridas, roseiras, dama da noite e hortênsias. Havia também um pé de jaboticaba. Lola adorava jaboticaba. - Gaspar pegou as ferramentas para aparar as plantas e plantou novas sementes. Depois disso ele varreu o quintal e foi a cozinha fazer um café. Estava bem à vontade e gostando do seu novo lar.
Para sua surpresa, ao entrar na cozinha Lola estava coando café. Nunca imaginara que Lola depois de passar a noite acordada estaria tão cedo fora da cama. Lola lhe deu um bom dia cheio de vida e perguntou se ele havia dormido bem. Gaspar respondeu que sim, que deu para descansar. João não quis comentar que custou a dormir com o som que vinha do salão.
Os dois tomaram café juntos, Lola o servia como se fossem grandes amigos. os dois conversaram sobre vários assuntos, sobre a vida, a família, amizade e até mesmo sobre as flores que havia no jardim.
Todo dia era assim., Gaspar e Lola de pé as 6. Gaspar cuidava do quintal, da casa e do jardim, enquanto Lola cozinhava. À tarde os dois se sentavam no jardim, comiam jaboticaba e conversavam. Porém todas as noites havia shows, as músicas, as danças, muitos homens e bebidas. Além de Lola, havia também as outras três moradoras: Madalene, Elizabette e Bernadette. Elas trabalhavam com Lola.
Na medida em que o tempo foi passando, a rotina era a mesma, mas o sentimento de Gaspar em relação à Lola era diferente. O coração dele batia mais forte. Ele começou a sentir algo que desconhecia. Como já havia dito, ele nunca teve uma namorada, nunca gostou de ninguém. Mas agora era diferente, ele estava apaixonado e não sabia o que era o amor. Ele sentia uma paz muito grande. Pela primeira vez na sua vida, Gaspar estava feliz.
Tudo ele fazia para era para agradar Lola, mas o que ela sentia por ele? Será que esse amor era recíproco?
Não, infelizmente. Mal sabia Gaspar que Lola tinha um outro amor. Ela estava apaixonada por um francês. Era Gaulthier, um homem muito rico e bonito. Gaulthier era um frequentador da casa desde sempre e Lola sempre foi cega de amor por ele. Gaulthier sempre tratou Lola como uma mercadoria. Entretanto, Lola o enxergava com outros olhos, achava que o amado era muito ocupado devido ao trabalho, pois sempre estava viajando. Pelo contrário ele sumia, pois ele também frequentava outros cabarés de Belo Horizonte só na rua Guaicurus eram três!
Gaspar foi levando esse amor em segredo, nunca teve coragem de se declarar a não ser por atitudes. Como por exemplo, todos os dias em cima da mesa do café da manhã havia lindas rosas vermelhas como Lola gostava. Gaspar amava em silêncio. O amor que sentia o fez voltar a escrever. Um dia ele escreveu assim:
"Deixe que eu te faça um pouco feliz mesmo que a distância lhe provoque medo, tenho um segredo pra te contar, o meu coração está apaixonado. Deixe que eu te olhe meio assim de lado, um pouco descuidado, um pouco relaxado, mas muito interessado no seu bem querer... Me dê a sua mão, escuta meu silêncio sempre apaixonado "
Triste saber que era um amor não correspondido, que Gaspar estava prestes a entrar numa profunda ilusão.
Num domingo de manhã, tomando o café como de costume Lola disse a Gaspar que tinha uma novidade e estava muito feliz. A novidade é que ela havia recebido um convite para viajar para a França com Gaulthier. Quanta desilusão! Quanta tristeza! Gaspar queria falar, mas não achava que tinha o direito de interferir na vida dela, pois era simplesmente o empregado da casa. O que faria para não deixá-la partir?
Gaspar conhecia Gaulthier , sabia que ele não merecia o amor de Lola e que a faria muito infeliz, mas Gaspar não pode fazer nada era como se ele quisesse gritar porém não tinha voz. A única coisa que disse para Lola foi: ''Boa sorte.'' Ela se sentia muito feliz, pois estava realizando o seu grande sonho que era conhecer a França com o homem da sua vida.
O último pedido de Lola para Gaspar foi que continuasse morando em sua casa, cuidando de sue jardim, zelando seu lar como se a casa fosse dele. Ela prometeu voltar. Ele prometeu esperar.
Então Lola partiu.
A casa que era alegre, cheia de vida e perfumada agora estava vazia, triste, fria, mas cheia de memórias. Gaspar estava completando 5 anos de trabalho naquela casa, 5 anos de amizade e de alegria. A vida de João mudou muito quando foi morar naquela casa. Ele era um homem mais feliz, um homem que amava, quando de repente o sonho acabou e tudo mudou. A mulher de sua vida o deixou completamente sozinho e perdido. Porém ele atendeu o seu último pedido; continuou cuidando da casa e do jardim. Gaspar viveu sua vida do jeito que pode e aguardou a cada dia que se passava a volta de sua amada. Durante esse tempo de espera continuou escrevendo mais do que escrevia antes, escrevia como se Lola fosse ler. Um certo dia sofrendo de saudades ele escreveu:
Num domingo de manhã, tomando o café como de costume Lola disse a Gaspar que tinha uma novidade e estava muito feliz. A novidade é que ela havia recebido um convite para viajar para a França com Gaulthier. Quanta desilusão! Quanta tristeza! Gaspar queria falar, mas não achava que tinha o direito de interferir na vida dela, pois era simplesmente o empregado da casa. O que faria para não deixá-la partir?
Gaspar conhecia Gaulthier , sabia que ele não merecia o amor de Lola e que a faria muito infeliz, mas Gaspar não pode fazer nada era como se ele quisesse gritar porém não tinha voz. A única coisa que disse para Lola foi: ''Boa sorte.'' Ela se sentia muito feliz, pois estava realizando o seu grande sonho que era conhecer a França com o homem da sua vida.
O último pedido de Lola para Gaspar foi que continuasse morando em sua casa, cuidando de sue jardim, zelando seu lar como se a casa fosse dele. Ela prometeu voltar. Ele prometeu esperar.
Então Lola partiu.
A casa que era alegre, cheia de vida e perfumada agora estava vazia, triste, fria, mas cheia de memórias. Gaspar estava completando 5 anos de trabalho naquela casa, 5 anos de amizade e de alegria. A vida de João mudou muito quando foi morar naquela casa. Ele era um homem mais feliz, um homem que amava, quando de repente o sonho acabou e tudo mudou. A mulher de sua vida o deixou completamente sozinho e perdido. Porém ele atendeu o seu último pedido; continuou cuidando da casa e do jardim. Gaspar viveu sua vida do jeito que pode e aguardou a cada dia que se passava a volta de sua amada. Durante esse tempo de espera continuou escrevendo mais do que escrevia antes, escrevia como se Lola fosse ler. Um certo dia sofrendo de saudades ele escreveu:
''Um estranho vazio na alma,
uma inquietação no peito
uma dor de tirar a paz
é um sentimento de metade
de falta de alguém
um sentimento incompleto
e que nada satisfaz!"
uma inquietação no peito
uma dor de tirar a paz
é um sentimento de metade
de falta de alguém
um sentimento incompleto
e que nada satisfaz!"
Os anos passaram e Gaspar não recebeu nenhum telefonema, nenhuma carta, nenhuma notícia de Lola. Estava preocupado e muito triste. Como perder a mulher de sua vida assim! De uma hora para outra?! Ele devia ter se declarado. Tentado. Lutado pelo seu amor. Se não fosse correspondido seria o fim. Mas não, preferiu amar em silêncio.
E esse silêncio o levou a solidão.
Gaspar viveu assim por muitos anos, preso naquela casa, preso às lembranças e as fotos de Lola que permaneciam nas paredes e em seu quarto. Gaspar já não era mais tão novo, porém tinha muita saúde e continuava se dedicando à casa na esperança der ver Lola entrando pela porta da frente. Sonhava com ela todas as noites. Entrava no salão e a via dançando encantadoramente.
Sua vida agora é triste e para piorar começaram a acontecer coisas estranhas. E essas coisas assustavam Gaspar, fazendo-o temer pela casa.
Todos os dias na parte da tarde, entravam pessoas na casa de Lola. Às vezes era um casal, `as vezes eram homens muito bem vestidos, com maletas nas mãos parecendo ser gente importante. Gaspar os expulsava e falava que a casa não estava à venda e muito menos vazia. Que a dona estava viajando mas logo voltaria. Entretanto as pessoas não o ouviam nem o viam, mas de tanto que Gaspar ficava nervoso com a invasão ele , de certa forma fazia quem entrava sair correndo de medo.
Essas visitas estranhas se repetiram por um tempo, mas Gaspar sempre conseguia expulsá-las. Até que nunca mais ocorreram novas invasões. Ele achava um absurdo que essas pessoas entrassem na casa sem mais nem menos, uma casa que não estava à venda, nem abandonada, só a espera de sua proprietária. E assim ele continuou zelando por ela.
Alguns anos se passaram e quando já estava desiludido Gaspar viu uma mulher entrando na casa. ''Era ela! Tinha que ser ela!'' Lola voltou. Sozinha, diferente e mais velha.
Gaspar foi recebê-la e ajudá-la com as malas, mas ela passou por ele. Ele lhe perguntou como foi de viagem, mas ela não respondeu. Gaspar disse que sentiu muita falta dela e que a casa sem ela era muito triste, porém ela não escutava nada que ele dizia. Ele ficou inquieto, sem entender o que estava acontecendo. Até que ouviu Lola dizer: ''Pensei que Gaspar fosse me esperar! A casa está horrível!'' Lola estava arrasada. O homem que a levou para França deixou-a muito infeliz. Lola foi ao seu jardim, que de certo era o lugar da casa que ela mais gostava. Para sua surpresa o jardim estava lindo, muito bem cuidado e com as flores mais lindas que poderiam existir. Começou a lembrar de Gaspar, de sua amizade, da confiança, das tardes que passavam juntos no jardim comendo jabuticabas e entrou em prantos. Era saudade. Lola sabia que a vida dela era naquela casa. E que ela nao devia ter saído de lá. Além disso, de todos os homens, Gaspar foi o único que a compreendia.
E esse silêncio o levou a solidão.
Gaspar viveu assim por muitos anos, preso naquela casa, preso às lembranças e as fotos de Lola que permaneciam nas paredes e em seu quarto. Gaspar já não era mais tão novo, porém tinha muita saúde e continuava se dedicando à casa na esperança der ver Lola entrando pela porta da frente. Sonhava com ela todas as noites. Entrava no salão e a via dançando encantadoramente.
Sua vida agora é triste e para piorar começaram a acontecer coisas estranhas. E essas coisas assustavam Gaspar, fazendo-o temer pela casa.
Todos os dias na parte da tarde, entravam pessoas na casa de Lola. Às vezes era um casal, `as vezes eram homens muito bem vestidos, com maletas nas mãos parecendo ser gente importante. Gaspar os expulsava e falava que a casa não estava à venda e muito menos vazia. Que a dona estava viajando mas logo voltaria. Entretanto as pessoas não o ouviam nem o viam, mas de tanto que Gaspar ficava nervoso com a invasão ele , de certa forma fazia quem entrava sair correndo de medo.
Essas visitas estranhas se repetiram por um tempo, mas Gaspar sempre conseguia expulsá-las. Até que nunca mais ocorreram novas invasões. Ele achava um absurdo que essas pessoas entrassem na casa sem mais nem menos, uma casa que não estava à venda, nem abandonada, só a espera de sua proprietária. E assim ele continuou zelando por ela.
Alguns anos se passaram e quando já estava desiludido Gaspar viu uma mulher entrando na casa. ''Era ela! Tinha que ser ela!'' Lola voltou. Sozinha, diferente e mais velha.
Gaspar foi recebê-la e ajudá-la com as malas, mas ela passou por ele. Ele lhe perguntou como foi de viagem, mas ela não respondeu. Gaspar disse que sentiu muita falta dela e que a casa sem ela era muito triste, porém ela não escutava nada que ele dizia. Ele ficou inquieto, sem entender o que estava acontecendo. Até que ouviu Lola dizer: ''Pensei que Gaspar fosse me esperar! A casa está horrível!'' Lola estava arrasada. O homem que a levou para França deixou-a muito infeliz. Lola foi ao seu jardim, que de certo era o lugar da casa que ela mais gostava. Para sua surpresa o jardim estava lindo, muito bem cuidado e com as flores mais lindas que poderiam existir. Começou a lembrar de Gaspar, de sua amizade, da confiança, das tardes que passavam juntos no jardim comendo jabuticabas e entrou em prantos. Era saudade. Lola sabia que a vida dela era naquela casa. E que ela nao devia ter saído de lá. Além disso, de todos os homens, Gaspar foi o único que a compreendia.
Lola caiu em prantos. Gaspar tentava falar, mas era inútil. Depois de muito pensar e lembrar-se das visitas que recebera tempos átras, que aquelas visitas também não conseguiam ouví-lo e nem vê-lo, chegou a conclusão de já não pertencia mais a este mundo.
''O amor verdadeiro é aquele conquistado todos os dias. Quem ama verdadeiramente pode passar anos, décadas, sem esse amor, mas ele permanecerá no coração intacto, nas mais diferentes épocas!'' (João Gaspar Santos)
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