Um resumo da história até os dias atuais
A cultura ocidental sempre foi baseada em hábitos sedentários. Talvez seja esse o motivo da cadeira ter absorvido tantos aspectos culturais se tornado um dos objetos mais explorados pelos arquitetos e designers. As cadeiras vem fazendo parte das residências seguramente desde o período neolítico, mas somente os objetos feitos em materiais mais duráveis e resistentes chegaram aos nossos dias. Os móveis de madeira mais antigos de que se tem notícia datam de aproximadamente 2700 A.C. e são originados do Egito antigo. Os Egípcios tinham o costume de decorar e mobilhar suas residencias e os templos. Eles construiram bancadas, camas e cadeiras de diversos tipos, atingindo um grau de complexidade bastante elevado.
Os Amoritas, povo que habitava a mesopotâmia por volta de 2000 A.C. também possuem um registro evidente da utilização de cadeiras de diversos estilos diferentes. Nessa época e a partir daí ornamentos com motivos religiosos foram muito utilizados.
Na Grécia, os artesãos começaram a produzir um mobiliário clássico com excelente acabamento, assim como em Roma, onde poltronas e sofás foram bastante explorados por volta do seculo VII A.C.
Avançando alguns seculos chegamos ao período Gótico, marcado pelo estilo escuro sombrio e extremamente ornamentado. As pesadas cadeiras de cedro eram direcionadas somente para a mais alta nobreza e clero. Nessa época o povo sentava na palha e no chão.
No seculo XIX o Art Nouveau surge como um forte estilo de arquitetura e decoração. As inspirações na natureza resultaram em belas cadeiras e poltronas com entalhes de florais. A madeira e o ferro eram os materiais mais utilizados e marcaram esse período como uma época onde existia uma grande preocupação com a beleza e harmonia das formas.
Alguns anos depois, mais precisamente nos anos 20, o estilo Art Déco começa a ganhar força. Cadeiras absolutamente geométricas desenvolvidas com materiais diversos fizeram parte desse movimento artístico. Destaque para a cadeira “Red & Blue Chair” do holandês Gerrit Rietveld.
Em plena revolução industrial, as industrias buscam por objetos que fossem mais fáceis de produzir em série. O Art Déco se adaptava muito bem em uma linha de montagem, por sua geometricidade. Houve então uma adaptação do movimento artístico para as máquinas industriais. Esse movimento foi intitulado de arts & crafts (do inglês artes e ofícios, embora seja mais comum manter a expressão original) um movimento estético social surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Entre outras idéias, defendia-se o fim da distinção entre o artesão, artista e designer, um novo profissional que começou suas atividades nessa época. As cadeiras e todos os objetos fabricados industrializados perderam a alma artística, deixando de ser únicos. Mas a perda de singularidade também gerou benefícios aos usuários, como a possibilidade de escolher por mais opções entre os inúmeros produtos existentes e os preços muito mais em conta.
A partir daí a industria evoluiu não só no sentido de velocidade de produção, mas também na utilização de diversos tipos de materiais, como o plástico e a borracha. Hoje, com estudos mais profundos de ergonomia, e auxilio de designers e arquitetos, as industrias ultrapassam os limites da criatividade inovando em formas e materiais. Tendências são lançadas a cada ano e o mercado não para de evoluir.
Fernando César
DESIGNER
Fonte: http://www.miragenet.com.br/materia.htm, acesso em 05/10/09
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