25.8.09

DIARIAMENTE

Todos os meus dias são muito parecidos. Pela manhã cuido da minha casa, que por algum motivo que não me lembro, está em ruínas . O telhado já não existe por inteiro. E, além disso, há muitos vazios, não só no telhado, mas pela casa inteira. Venho tentando preenchê-los da forma que posso... À tarde, ando pelas ruas sempre a procura de algo que ainda não sei bem o que é, mas estou tentando descobrir. Nesta procura inconstante acabo juntando coisas. Algumas como vidros, espelhos, discos de vinil... eu guardo. Objetos que para muitos não valem nada, mas que para mim tem algum significado. Outras coisas eu vendo. E ainda encontro materiais que posso utilizar na organização de minha casa de forma a preencher os vazios que nela encontro... e Pileco sempre me acompanhando nesta busca incessante. O que me surpreende é que por mais que eu passe por vários locais, minha atenção sempre se volta à Rua da Passagem, que para os outros, é a Rua Guaicurus. É uma rua curta, mas muito violenta. Sinto como se a região estivesse abandonada e esse abandono fizesse com que a violência e as drogas viessem para cá. A situação piora à noite.


Vista Superior

Imagem: Fernanda Mingote

Desenho sobre foto da fachada

Imagem: Sônia Dena

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